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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tell me something I don't know

Andei percebendo que o mundo anda escondendo surpresas e eu ando tombando nelas diariamente.
Se alguém me dissesse em Janeiro que eu estaria fazendo faculdade, correndo feito louca atrás de um emprego e apenas contando os dias para ficar junto do meu namorado, eu não acreditaria.
Se me contassem em Maio que meus desentendimentos desapareceriam, o tempo para minhas seria amigas era escasso e que mesmo assim eu seria feliz, eu ia rir muito.
Se comentassem em Agosto que eu passaria em Desenho Mecânico e iria tirar mais de 9.4 em uma prova e gostar de Cálculo I (apesar de não passar) eu chamaria de louco.

Mas surpresas não pareceram faltar esse ano. Algumas boas e outras nem tanto. Mas acho que no fim vida significar isso... encontrar surpresas, tanto agradáveis quanto as menos.
Acho que eu não trocaria esse ano por nenhum outro. Posso dizer que 2010, em partes, se tornou aquilo que eu pensava que ele poderia se tornar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Admito com a maior sinceridade que aos meus 18 anos ainda não vejo graça em pegar aquela Zero Hora empacotada e folhar suas notícias maçantes de mortes, roubos, construções alucinadas, tráfico ou política.
Mas não nego que me surpreendi nesta Sexta ao pegar o Segundo Caderno da ZH, com a primeira página estampando a estreia de Harry Potter e as Relíquias da Morte, contendo um comentário incrível de Alexandre Ernst.
Ele resume bem o filme, incluindo fatos que vão deixar dúvidas para aqueles que não leram os livros.
Mas o que realmente me impressionou foi o seu comentário final (que postarei aqui) e posso dizer que nunca ninguém expressou tão bem meus sentimentos mais profundos.
"Uma coisa é certa: até o final de 2011, Harry Potter e as Relíquias da Morte garantirá vida nova aos aficionados pela série. Será um basta aos vampiros que brilham à luz do sol e lobisomens bombadões que flertam sem camisa com a mocinha da trama."

Alexandre Ernst, meus mais novo ídolo!

sábado, 13 de novembro de 2010

"Se preciso for, vou ficar todos as noites acordada só para depois saber que está bem. Não me importa o quanto eu chore, ou o quanto brigamos... Mesmo com seus defeitos, meu amor por você não diminuiu. Muito pelo contrário, ele aumenta cada dia que passa... me sinto bem pelo simples fato de você existir na minha vida, e mais ainda por você ser o amor da minha vida!"


Te amo 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Pra minha Dani

" Na falta de amor e carinho, cerveja cachaça e vinho! "

Que bom que eu não viro aa xD

"O álcool é um veneno, e existem coisas dentro de mim que eu preciso matar!"


"Roda punk de emo é carrossel"


Se não a Dani, quem me divertiria com essas frases?
combina contigo, Dani. A tua cara mesmo *-*
UAHsuahsUahsIUHSu

(L' 
 

sábado, 16 de outubro de 2010

Music is Life

Valeu a pena *-*
Agradeço ao Jean e a Dani pelas fotos. :)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Noite das meninas

O pior porre que eu já tomei foi de água...
Sim, de água :D


(Andie, Dani e Manu)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Reformulando o cotidiano...

Porque agora "Mudar de saco para mala" virou "Mudando de vodka para suco..." 

:D


E Regina Brett nos ensina que:
Quando se trata de chocolate, resistência é em vão;
Quando se trata de ir atrás do que você ama na vida, não aceite não como resposta;
O órgão sexual mais importante é o cérebro;
Encare cada "chamado" desastre com essas palavras: Em cinco anos, vai importar?
Não se leve tão à sério.. Ninguém mais leva...
Não faça auditoria de sua vida. Apareça e faça o melhor dela agora;

sábado, 9 de outubro de 2010

Nos próximos dias..

Eu vou criar vergonha na cara e fazer a minha tatuagem...


Nunca me enrolei tanto... só talvez aquela vez, naquele dia, quando eu realmente não queria fazer o meu projeto (:

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Escolha bem...

domingo, 3 de outubro de 2010

Um milésimo de segundo de uma noite de sexta-feira

O apitar das máquinas que circundavam a cama dele haviam se tornado distantes zumbidos para mim, mas a realidade ainda chegava a mim, apesar dos olhos fechados, apoiados na cama, enquanto meus dedos se entrelaçavam com os dele.

As imagens voltavam rapidamente. A estrada molhada. As risadas. O carro na contra-mão e escuridão.
Abri os olhos repentinamente, sentido as lágrimas umidecerem meu rosto, ardendo nos cortes abaixo dos olhos. Encarei o meu namorado, imóvel, com diversos cortes no rosto e braços e um ombro quebrado. Abafei o soluço desesperado de nunca mais vê-lo sorrir, ouvir a sua voz me dizendo que tudo iria ficar bem... Nada iria ficar bem sem ele.

Senti as mãos da minha amiga nos meus ombros, percebi que ela falava comigo, mas nenhuma das palavras chegavam a fazer nexo para mim. Balancei a cabeça em sinal que havia entendido e vi ela se afastando com um sorriso incerto, gesticulando para os outros que eu não dava abertura ainda.

Levantei, sentindo o cansaço, o medo, tomarem conta de mim, saindo do quarto em silêncio, parando em frente a térmica de café no corredor. Tomei alguns goles, agradecendo o calor. Me escorei contra a parede, deixando as lágrimas escorrerem novamente.

Tintas. Estávamos discutindo as malditas tintas da casa.


Suspirei fundo, voltando a sentar ao lado dele, apertando a sua mão.

- Eu te amo... me perdoa.

Tirei os fios de cabelo do seu rosto, dando um beijo no seu rosto, abaixando a cabeça de novo.


Voltei a entrelaçar nossos dedos, abaixando o rosto.

Senti um leve aperto na minha mão e a voz rouca e conhecida.

-Cabeçuda... também te amo!

E depois de três dias, o meu mundo voltou a girar.


Eu não posso te perder, nunca!
Quando você come... acha que vê as suas células pulando de alegria?
Não?
A minha mãe sim...



Feliz aniversário mãe, tudo de bom pra ti.  :D

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Supernatural ensina que...

A vida não é um pudim, mas o Dean é.

;x
(A)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dias Cinzas

Quando o final de semana se aproxima sinto o peso, que reside nos meus ombros durante a semana, aliviar um pouco. Mas aquele mal-humor e os olhos constantemente vermelhos deixam suas marcas até nos momentos de paz.

Cansei de tentar explicar para as pessoas o por quê de tudo, cansei de me perguntarem se eu estou bem, cansei das pessoas me perguntando se namoro. É tão difícil ter que cuidar dos problemas, manter um sorriso e ainda responder perguntas que são óbvias.

Pela primeira vez na vida eu discuti por algo bobo e ouvi coisas que eu não gosto de ouvir de ninguém e novamente pela primeira vez eu descobri porque pessoas socam paredes ou chutam cadeiras. Sempre tive muito medo de sentir dor, mas naquela hora a raiva foi maior e hoje a dor na mão é a lembrança amarga de algo que nunca vai passar.

Aprendi a ignorar os problemas da minha casa. Finjo não residir no tumulto de raiva e discórdia. Bloqueio as reclamações de tudo na cidade ser ruim, de como nada é bom o suficiente e me faço de surda quando as discussões se voltam para um projeto que "nunca está bom".

Sair de casa todas as noites, não me faz esquecer os problemas, mas me afasta deles por pelo menos quatro horas. Mudar do ambiente sufocado para o ambiente aberto e calmo da faculdade me faz bem, mesmo o silêncio trazendo lágrimas...

Consigo me manter sã sabendo que há aquelas pessoas que sempre dão um jeito de me animar. Encontrei meu equilíbrio no garoto que amo, que somente a voz dele me dizendo que tudo vai ficar bem me deixa tranquila, ele sabe me confortar. Meu apoio fortíssimo nas minhas duas meninas, onde sei que encontro tudo que eu preciso, não importa o que eu faça.
São essas três pessoas que impedem que eu me afaste e me feche.

Obrigada Edy, Andréa e Dani, meus alicerces.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Autoconhecimento

Em alguma parte do meu passado eu parei e fiz uma lista, aliás, duas listas imensas, perdendo horas sobre coisas que eu gostava e não gostava, como se fosse uma maneira de me identificar, uma forma de me conhecer melhor...

Tenho certeza que não foi uma maneira prática, mas ainda sim ela foi bem útil, já que nunca havia parado para pensar em todas as coisas.

E pensando que eu tinha apenas 12 anos, achando que eu conhecia o mundo.
E algumas coisas não mudam;

Coisas que eu gosto.
- Tempestades
- Livros
- Música
- Noite
- Guardar coisas 
- Minha cama
- Dançar

Coisas que eu não gosto
- Muitas pessoas
- Política
- Erros de português
- Demoras
- Enrolação
- Falta de privacidade
- Despedidas
 
Deixa a chuva cair 
Que eu quero me molhar
Deixa o som me levar
Cai a chuva, beira do mar
E tudo volta pro lugar

domingo, 19 de setembro de 2010

Caim;

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sonhos adolescentes

Senti as dores voltarem a tomar conta do meu corpo, minhas pernas fraquejando, me levando ao chão gelado em segundos. Encarei o gigantesco espelho a minha frente, que me mostrava o que eu não queria ver.

Os olhos vazios, cabelos sem brilho, a pele opaca. Encostei a cabeça na parede, respirando o ar sufocante do banheiro apertado. As vozes dentro da minha cabeça gritavam, zombavam de mim. As lágrimas amargas escorriam pelo meu rosto; bati as mãos no chão, agoniada, fechando os olhos com força. A imagem distorcida de um antigo espelho, três meses antes, se materializava na minha frente... Excesso geral.

Abri os olhos, colocando as calças tamanho 36, sem perceber o quão largas elas ficavam. Voltei a olhar o reflexo e tudo que eu podia pensar era nas vozes que voltavam a rir.
"Gorda...ordinária..gorda!"

Passei as mãos lentamente pela minha cintura, deixando as lágrimas molharem meu rosto, fechando os olhos ao enconstar a lâmina gelada, cortando lentamente.
As vozes aumentavam cada vez mais, deixando os cortes mais desesperados.

O sangue inundava o chão branco e senti minha cabeça girar lentamente com o cheiro ferroso forte. Escorreguei pela parede, sentando na poça formada. Levei as mãos tremulas e sujas a nuca, deixando um grito desesperado saltar da minha garganta.

Ser Gaúcha

Orgulho maior não há.

"Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduí"



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Como é bom descobrir que só há uma pessoa no mundo que consegue tirar de você o sorriso mais sincero.

Reflexão

Amor não é se sentir envergonhado...
Isso é fã do Restart!
Amor é outra coisa.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Visão

Você sabe diferenciar transformadores de pardais quando vê um?
Não?
Nem a minha mãe :D

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cálculo e Advogados

"Quem faz cálculo, não gosta de fazer sexo."
Advogado ânonimo

Hm... Mas então tá :D
Sintam-se honrados, engenheiros, santos e puros, porque nós não temos tanto tempo quanto advogados para nos divertirmos...
Pelo menos na concepção deles.

:)



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Se a vida muitas vezes so chuvisca só garoa e tudo não parece funcionar
Deixa esse problema a toa, pra ficar na boa
Vem pra cá

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Assassina de Aluguel

A respiração acelerada e os batimentos cardíacos eram uma dica fatal para me econtrar no meio do silênico da floresta noturna. Escorei a cabeça na árvore, acalmando a minha respiração, baixando meu pulso, tentando me concentrar nos ruídos a minha volta. Varri o local com os olhos, vendo apenas o contorno escuro das outras árvores e alguns arbustos, me concentrando em algum formato disforme que pudesse indicar algo não natural para aquele ambiente.

Puxei o pequeno pager do meu bolso, digitando uma mensagem codificada para David, alertando-o sobre a caçada e onde me encontrar.Guardei o pager, levantando lentamente, andando alguns passos antes de parar e me voltar para trás.
Soltei um gemido baixo ao sentir o corpo do loiro se jogando contra o meu, me pressionando contra o chão. Senti ele empurrando meus ombros com os joelhos mantendo a mão na minha boca.

- Logo você desprevinida, pequena Lene?

Balancei a cabeça, quase rindo, deixando ele levemente intrigado, antes de envolver o pescoço dele com minhas pernas puxando ele para trás. Apertei seus braços contra o chão, puxando uma pequena navalha. Econstei-a no seu rosto, fazendo cortes precisos, deixando os gritos dele ecoarem pela noite. Me abaixei susurrando perto do seu ouvido.

- Pode gritar o quanto quiser, ninguém vai te ouvir aqui fora.

Senti ele fazer um movimento brusco, ri, balançando a cabeça.

- Nem adianta tentar.

Cravei a navalha com força no braço dele, colocando a mão sobre o nariz dele, deixando-o inconsciente.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Assassina de alugel

Ouvia as vozes esparsas da televisão ao fundo, enquanto eu passava os olhos pelos jornais daquela semana. Não se falava de outra coisa. O assassinato havia sido um sucesso, não só para as manchetes dos jornais mas também para a minha conta bancária.

Levantei cansada, jogando os jornais no lixo, apagando a televisão, encarnado o meu reflexo na janela escura. Lentamente as coisas começavam a fazer sentido. Eu era uma das assassinas mais procuradas do país e eles não faziam ideia que que fosse realmente eu. Ri baixo. Humanos são tolos... não querem ver o que esta exatmente a sua frente.

Disquei o número particular de um delegado.

- Alô!?
- Delegado David... Que bela surpresa, não?

Ouvi a risada grossa do meu amigo do outro lado, provavelmente, levantando da cama.

- Lene... você realmente fez sucesso dessa vez, mas vamos ter um problema.

Senti minha respiração parar por alguns segundos. Nós nunca havíamos tido problemas e eu não poderia ter falhado neste caso. Esperei ouvir uma risada, mas percebi que ela não viria tão logo.

- O Ed vai nos trazer problemas. Ao que parece ele esta recuperando a memória... Se ele lembrar de você, eles vão fazer a ligação entre os outros 4 mortos. Você tá longe?

Dei uma risada longa.

- Ah, o Ed. Coitado... bem, de qualquer forma estou longe o suficiente para não ser achada. Você me conhece. Manteremos contato. Boa noite.

Desliguei o telefone sentindo meu coração desacelerar lentamente. Abri a janela deixando o ar frio do campo entrar por ela.
Voltei aquela noite do assassinato, sentindo uma leve tristeza. Havia sido divertido. As brincadeiras, os presentes, as traições, mas nada, havia sido mais prazeroso do que a morte lenta que o moreno tivera naquela noite.

As leves batidas na porta me tiraram do passado. Abri a porta lentamente, com um sorriso, que desabou no mesmo segundo que reconheci os olhos verdes e aquele cabelo loiro bagunçado. Recuei dois passos pronta para fechar a porta, mas a mão dele na porta e o sorriso maldoso me impediu.

- Quanto tempo, Lene.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Coisas da Vida...

Flertes e olhares simpáticos com o atendente do Bob's rendem uma conchinha a mais de crocantes no milkshake
Fica a dica (H)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Uma noite e mais uma vez. (Parte 2)

Os profundos cortes no rosto já haviam parado de sangrar há algum tempo, deixando marcas escuras de sangue. As cenas se desenvolveram de forma inesperada mais no final havia sido rápido. Lene lambeu dos dedos o resto do mousse encarando o corpo do namorado ao chão, imóvel. Os sons da briga ainda ecoavam na sala do apartamento escuro e o cheiro de sangue deixavam o ar pesado. Com um suspiro pegou o abajur do chão apertando os dedos do moreno contra ele, prendendo a atenção na respiração profunda do loiro que dormia na cama.

Com passos leves ela pulou sobre o corpo, pegando a bolsa da mesa, voltando ao quarto onde procurou um conjuto de vestido preto e casaco vermelho. As mãos se mexiam com agilidade ao encharcar um paninho com éter, pressionando-o contra o nariz e a boca de Ed. Lene arrastou seu corpo até a sala, largando-o perto de Harry, deixando algumas marcas nas costas e rosto simulando uma briga. As manchas de sangue cobriam as mãos delicadas que faziam desenhos disformes nas almofadas.

Há muito as coisas pararam de despertar sentimentos nela. No começo as pequenas brigas, as intrigas haviam sido suficientes para proporcionarem certo prazer a ela, mas com o passar do tempo ela precisava de mais. Coisas mais intensas. Sangue. Dor. Morte.

De divertimento passara a hobby e depois a profissão.

Harry não fora sua primeira execução, mas mesmo assim ela sentia o peso do mundo nas costas pela primeira vez. Marlene puxou uma mala preta de trás da porta após mandar uma mensagem afirmando que o serviço estava concluído.
Os minutos passavam lentamente enquanto ela discava para a polícia, afirmando ter ouvido ruídos estranhos de uma briga em um dos apartamentos do prédio, desligando antes de se identificar.

A morena deixou a porta entreaberta, saindo silenciosamente pelo corredor, sem notar os olhos do loiro a acompanhando pela última vez naquela noite.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

My sweet time

Acho que pessoas diferentes me atraem. Percebi isso ao observar os quatro garotos sentados a minha volta com os olhares fixos na televisão. O estilo individual de cada um deles encarar o jogo que se passava, a energia enchia a pequena sala daquele apartamento de uma maneira boa.

Encolhi as pernas, virando a cuia entre os dedos, enquanto pequenas ondas de vapor embaçavam a minha visão, me distraindo dos gritos de júbilo do ganhador da partida. Não achei que seria tão simples ficar entre garotos; admitir que eu havia tido receios em relação a eles não era mais tão fácil quanto parecia antes. Com o tempo eles se tornaram parte de uma linha da vida que facilmente estrangulava outras.

Terminei o chimarrão, enchendo a cuia logo em seguida para passa-la a um deles que largava o playstation por mais de dois minutos. Levantei do sofá, adentrando na cozinha apertada, no momento lotada por um dos meninos. Empurrei-o pro lado, observando a panela fumegando.

- E isso é comestível?

Enchi um copo com água vendo um olhar fulminante sem resposta me atingir. Ri largando o copo na pia, batendo no ombro dele.

- Eu espero que sim!

Corri da cozinha, mas tarde demais... Senti uma dor aguda percorrendo minha perna ao sentir um tapa me atingindo. Me virei indignada.

- Comento da comida e levo um tapa?
- Não reclama e some da cozinha.

O sorriso torto dele sumiu por trás da porta e voltei para sala, me jogando ao lado do Edu. Ele me abraçou de forma carinhosa, puxando minhas pernas por cima das suas. Fingi um soluço, apoiando a cabeça no seu ombro.

- Andou falando demais na cozinha, foi?

Lancei um olhar culpado para o teto, concordando. O loiro riu, me apertando, voltando a prestar atenção no jogo dos outros. Me espreguicei procurando a morena que deveria estar ali. Gritei em meio aos berros dos garotos.

- Alguém viu a Sam?

Vi diversos braços apontando para o corredor que levava aos quartos e fui até lá a procura da minha amiga.

- Sam?

Sua risada conhecida inundava o corredor, vinda de um dos quartos. Passei a cabeça pela porta encontrando ela e Mark encarando o computador, rindo cada vez mais. Dei uma olhada para o monitor, assistindo ao vídeo com eles por um tempo. Sentei na cama, entrando na conversa sobre mais um jogo, me escorando na morena.

- Dian!!!

Suspirei dramaticamente ao levantar da cama, me arrastando para a sala. Me escorei contra o sofá, procurando o autor do grito.

- Pois não?

Encarei a roda esperando alguma reação, impaciente. Cruzei os braços, dando as costas para o grupo, sentindo alguém se mexer perto de mim. Me virei encarando o loiro que estendia a garrafa térmica em minha direção.

- Esquenta mais água pra gente?

Revirei os olhos, ignorando os olhares de cães molhados, fazendo uma leve reverência antes de adentrar na cozinha abraçada na garrafa. Apoiei as mãos na pia, observando a noite pela pequena janela esperando que a água ficasse pronta.

Voltei a sentar ao lado do loiro, servindo o chimarrão ao Ben que lançava olhares impacientes a cuia. Estiquei as pernas, olhando a panela fumegante na cozinha.

- Isso já deve estar pronto... não?

Joan me lançou outro olhar mal-humorado, voltando para a cozinha, confirmando minhas suspeitas. A janta foi mais silenciosa que o usual, com diversos pratos vazios em segundos e elogios soltos entre as garfadas. Terminei de comer escorada na parede, passando a juntar os pratos em cima da pia, voltando a sala, vendo um sofá ocupado por Joan e outro por Edu e Lucas.

- Vocês não me deixam muita escolha ...

Joan sentou no sofá, indicando o lugar na ponta. Sorri em agradecimento, sentando. Após ouvir três vezes 'Mais pra lá' e quase sentar no braço do sofá percebi suas intenções. Com um grande suspiro ele escorou sua almofada em mim, voltando a deitar no sofá. Encarei-o surpresa, passando os dedos calmamente pelo seu cabelo, esticando uma das pernas por cima das do Edu, que sentava quase a minha frente.

Escorei a cabeça nas mãos passando os olhos pela sala, agora mais calma, com um leve sorriso. No final fora uma noite feliz e percebi que a companhia 'diferente' me agradava cada vez mais.

Sorri para Sam que deixava a cozinha, secando as mãos, correspondendo o sorriso. Ela puxou uma cadeira, escorando a cabeça no sofá, cansada. Suspirei encarando a televisão com sono, lembrando mentalmente que eu não poderia dormir ali.

Não sabia dizer quanto tempo havia se passado quando senti alguém me cutucar de leve para irmos embora. Levantei cambaleante do sofá, tirando Joan de cima de mim com dificuldade. Me despedi dos dois garotos que ficavam no apartamento e me enganchei na morena que esperava na porta e descemos pelas escadas, encarando a noite em silêncio.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dezoito anos...
Posso oficialmente ser presa :)

terça-feira, 6 de julho de 2010

Faixas de Bixo

Mate-se ou aprenda a conviver com elas;


Há coisas que devem ser deixadas no passado. Agora só falta eu descobrir como...

sábado, 3 de julho de 2010

Frase de Sábado...

Se você ainda não encontrou a sua metade da laranja, encontre a metade de um limão, adicione vodka, açúcar e gelo e seja feliz.

Seleção Brasileira

A decepção para uma nação inteira que mais uma vez perde o título da Copa do Mundo.
A maior decepção ainda é para aqueles que trabalham ou estudam... Lamento dizer que as folgas em dia de jogo acabaram.
Eis a única notícia triste pra mim... Já que estou torcendo pra Alemanha mesmo.



(Quem sabe em 2014 venha o Hexa...)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

This is for long-forgotten
Light at the end of the world
Horizon crying
The tears he left behind long ago

terça-feira, 29 de junho de 2010

Nova prefeitura com sete andares?
Preservamento histórico-cultural?
Alunos de Arquitetura e Urbanismo?

Não tenho nada contra, nem a favor, MUITO pelo contrário! (:

domingo, 27 de junho de 2010

GO BURIERS!


Buriers 35 x 08 Baguals


Meus parabéns guris, vocês mereceram essa vitória!
Não pudemos estar perto, mas estávamos torcendo como nunca.
Que venham as semifinais e mais vitórias!!

Continuem assim.


GOOOOOO BURIERS!!!!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Repensando Sushi

Voltamos ao dilema do sushi...
Comer ou não comer, eis a questão!

Tempos atrás tivemos uma experiência fracassada ao comer sushi em um longínquo shopping de Porto Alegre... E quando digo fracassada eu realmente digo isso. O post "Sobre sushi e como não comê-lo" diz tudo.

Admito que estamos repensando a ideia...

Um belo dia de copa. Um belo dia de chuva. Um ótimo dia para ir naquele Sublime Café e tomar um mocaccino ou capuccino, pra quem preferir. Aquele ambiente personalizado, com um clima induzindo a horas de conversa e muitas risadas;
Mas quem diria que ao chegar lá seria um dia de 'Degustação de sushi'.
"SUSHI?"
O receio era simples, mas recusar parecia inapropriado, então nos aventuramos nesta novamente. E qual foi a surpresa senão que gostamos do que provamos.

Então, haverá um terceiro round para a conclusão se sushi nos gusta e se o nosso paladar estava alterado nós descobriremos.


(Com a contribuição de Daniele Weber)


Sendo invisível...


Difícil ficar em uma sala com um casal de namorados...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Se a vida te der limões... peça sal e tequila."

Claro, ainda a melhor opção!

"O amor? Começa com palavras, continua com palavrinhas e termina com palavrões."

Dispensa qualquer comentário...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Campeonato Gaúcho de Futebol Americano

Estamos torcendo por vocês!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Uma noite e mais uma vez

De alguns tempo pra cá pessoas passaram a ser invasivas, era tudo que podia pensar ao ouvir o conhecido toque desperta-la as duas da manhã. Rejeitou a ligação sentindo o aperto no peito aumentando ao fazê-lo. Era quase que rejeitar uma parte de si, mas encarar aquela situação não parecia tão fácil agora.
A morena jogou o lençol para o lado, sentando na cama, afundando os pés no carpete felpudo e com movimentos leves deixou o celular em cima da cômoda, virando-se lentamente para o loiro que dormia ao seu lado, respirando calmamente.

Aquilo não deveria ter acontecido e ela sabia disso, mas as coisas se encaminharam de uma forma rápida e, ao final da noite, foram fatais.
Novamente o celular começou a tocar ao seu lado e as batidas aceleradas do seu coração eram doloridas. Com mãos tremulas Lene alcançou o celular, apertando os dedos contra o alto falante, abafando o som.

O ponteiro no relógio da cozinha parecia não ter se movido desde que havia sentado ali, com os olhos fixos no celular. Ela baixou a cabeça nas mãos esperando que tudo isso não passasse de um pesadelo, esperando que ele ligasse de novo e ela pudesse atender e dizer que tudo estava bem.
O som da campainha fez com que a morena pulasse da cadeira, encarando a porta com os olhos arregalados.

Com passos leves Lene aproximou-se da porta, abrindo-a com cuidado, não retirando a corrente de segurança.
Os olhos escuros, contornados por profundas olheiras, a encaravam sem expressão, esperando que ela voltasse a se manifestar. A resistência da garota de destrancar a porta não passou despercebida e ela sabia que a paciência dele se esgotara quando sentiu a porta sendo esmurrada com força.

- O que está acontecendo, Lene?!

A raiva do moreno, a cada batida, se tornava mais angustiante, deixando-a perplexa. Não o reconhecia daquela forma. Sentindo um arrepio a cada olhar Lene baixou a corrente de segurança, abrindo a porta, deixando longe das mãos furiosas do namorado. Nos instantes seguintes um silêncio constrangedor e pesado começava a tomar conta do lugar, deixando a morena embaraçada pelos olhares analisadores e reprovadores, fazendo com que cruzasse os braços. Naquele momento o short e a blusa pareciam mais do que inadequados, mas não pela presença ou pelo motivo e sim pelo terror gélido que tomava conta dela.

- O que está acontecendo? Me responde.

As mãos pesadas de Harry apertavam seus ombros brutalmente, sacudindo-a em total desespero. Lene sentia seu rosto sendo banhado por lágrimas ao ser jogada contra o sofá, colocando as mãos no rosto encarando o garoto se mover de um lado para o outro como um animal feroz.

- Eu não sei do que você está falando.
- Não sabe?

O moreno apontou para a porta entreaberta do quarto onde se distinguia perfeitamente o contorno do loiro que ainda dormia tranquilamente. Lene encarou os olhos dele que agora demonstravam mágoa.

- Por que, Lene? Por que?

Ela abriu a boca mas lhe faltaram palavras para explicar. Como dizer a ele que tudo fora um engano e que na verdade fora só a formalização de algo que já havia acabado há muito tempo atrás? Tudo parecia mais fácil horas atrás, rindo, dizer que fosse pro inferno, do que agora, encarando aqueles olhos magoados e, pior, com uma força desconhecida, aterrorizante.



(continua...)


sábado, 12 de junho de 2010

Dia dos Namorados

O rosa enjoa; dinheiro gasto em vão; o desespero de achar presentes; a tristeza de alguns solteiros;

Pra que UM DIA pra toda essa loucura? E, afinal... o que fazer nesse dia?

Restaurantes lotados, filmes favoritos alugados, preços nas alturas.

Dia dos Namorados é um caos. Simples assim.

Ser solteiro é fácil nesse dia. Nada estressante.



Feliz Dia dos Namorados x)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Life is for the living, the forgiven and for leaving town alive.



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Filosofia

"Não como mais maionese porque faz mal. É sério, não faz ideia dos efeitos que tem sobre o cérebro da gente (*olhada "discreta" pro copo de cerveja*). Eu não posso colocar a culpa na cerveja, porque não vou parar de beber, então tenho que arranjar algo em que colocar. Mas a maionese faz mal mesmo, o catchup então, nossa, nem se fala."


Por Pinto.

_____

"Dedinhos mágicos contra dores de cabeça", Carlos? :)
suhaiushaiush

segunda-feira, 24 de maio de 2010

GO BURIERS!

Esteio Buriers 48 x 20 POA Bulls



Muitas vitórias virão!



Go Buriers (:

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Campeonato Gaúcho de Futebol Americano

Vamos prestigiar o nosso FA;


Esperamos vocês

e


GO BURIERS \o









Entrada pelo portão "E"


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Núcleo base

Me pergunto quantas vezes é preciso mais que um 'Eu te amo' para ter-se a certeza de que aquela é A pessoa que procurávamos.
De certa forma falamos de amor sem ao menos saber o que significa a palavra mais vulgarizada nos dias atuais.
Temos certeza de um amor hoje, mas amanhã já o estamos jurando a outra pessoa.
Sinto falta daquele amor 'verdadeiro', antigo. Aquele que nos fazia sorrir como bobos, agir como crianças ingênuas e sem toda a malícia que temos nos olhos atualmente.
Em vez de amar, pessoas se cansam uma das outras; preferem evitar ao resolver.

Vivemos dessa forma e nos enganamos ao achar que sabemos o que estamos fazendo.


domingo, 16 de maio de 2010

Every new beginnign comes from some other beginnigns' end


sábado, 15 de maio de 2010

Melhor interpretação de Bad Romance que já vi



Ninguém pode discordar que é bem melhor e que eles realmente são gênios :D

quinta-feira, 13 de maio de 2010

This is morning
That's when I spend the most time
Thinking 'bout what I've given up
This is a warning
When you start the day just to close the curtains
You're thinking 'bout what I've given up

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Todos são arquitetos do destino.
Então não se lamente pelo passado. Ele não voltará de novo.

Henry Wadsworth Longffellow

sábado, 8 de maio de 2010

Sobre sushi e como não comê-lo

Você já comeu sushi?
Sim e não gostou? Não é o primeiro;
Não e pretende? Boa sorte;
Sim e gostou? ... Existe gosto para tudo ;

Ontem a noite resolvemos experimentar a renomada comida japonesa, ignorando as lindas massas com frango e yakisoba passando direito para os pratos de sushi.
Após uma longa e difícil escolha, ficamos com dois pratos para cinco pessoas, afinal era só experimentar...

O desastre foi algo. Quem disse que sabemos usar hashi? Mas nem com ajuda da Senhora dos Hashis, milagre não existe.
Alguém explica como não desmontar um sushi de salmão no shoyu pra amiga?
Ou como não fazer amizade com aquele sushi gigaante que depois se nega a ser engolido porque gostou da sua cara?

Ainda assim, no final pratos limpos e caras de quem não gostou e fome.
Solução: vá ao fast food mais próximo e peça um Toscana e ache que o seu conteúdo vai te atacar.

Já dizia Andie: ' Comida japonesa nunca mais.'

Música move o mundo...

Move o meu mundo!

So don't go away

Say what you say
But say that you'll stay
Forever and a day... in the time of my life
'Cause I need more time, yes I need more time
Just to make things right

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Holofotes

A música alta e de letras absurdas invadiam o quarto rosa claro da morena, estirada no tapete, que terminava uma mensagem rápida.

' O final do ano foi um sucesso...é claro! Quem diria, Am? Em quatro anos, eu, a pessoa mais popular da West? Finalmente cheguei onde eu sempre deveria ter estado. Obrigada pelas lembranças... E tente seguir meu caminho.'

Um sorriso malicioso iluminou seu rosto quando o celular apitou, informando que a mensagem havia sido entregue. Scarlet rolou pelo tapete, olhando o teto, sentindo uma felicidade incrível inunda-la, como se nada na vida tivesse sido melhor.

A morena havia se tornado aquilo que, no passado, costumava odiar: A Popular, a que todos queriam, a que mandava e uma pessoa de sangue frio. Desde que Amelie fora para a faculdade a ela mudara muito; os seus cabelos curtos e cacheados foram susbtituídos pelos longos e lisos; minissaias e jeans caros, blusas decotadas, saltos altos e marcas estrangeiras haviam tomado o lugar do jeans, camiseta e All Star; amigos antigos trocados por pessoas fúteis e ricas.
Ninguém mais via nela a pequena menina frágil e sonhadora, via-se nela uma garota fria, linda e que sabia exatamente o que queria, sem sonhos apenas desejos ambiciosos.

Um silêncio pesado formara-se no quarto, sendo interrompido pelo vibrar do celular indicando uma mensagem.

Scarlet encarou a tela do celular, sentindo lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Era duro ler as palavras e saber que eram completamente verdadeiras.


' De que isso adianta, se ninguém realmente gosta de você como é?'

sábado, 24 de abril de 2010


O tempo passava rápido enquanto a morena se distraia com os rascunhos de alguns desenhos, algumas anotações rápidas para uma futura crônica, mas diversas vezes sentiu que sua mente não estava completamente ali com ela e sim, vagando pelos corredores do escritório, onde as pessoas falavam dela.

Issy largou o lápis com força na mesma, saindo da sala, fingindo não ouvir os cochichos cessarem rapidamente, pegando uma xícara de café, escorando-se na bancada, observando a neve que caia lentamente sobre o parapeito da janela. Sua respiração ia se acalmando lentamente e a sua imagem refletida no espelho dava a ela a certeza que sempre seria motivo de cochichos naquele departamento.

Balançou a cabeça, sorrindo tristemente, desencostando-se da bancada, revirando o armário atrás de algo que pudesse matar sua frustração feminina. Alcançou o pacote de biscoitos com pingos de chocolate com um sorriso, passando por dois colegas escorados na parede do corredor, voltando a sentar-se à sua mesa.
Olhou os desenhos com calma, girando o lápis entre os dedos, mordendo um biscoito, voltando a traçar leves linhas no papel.

As vozes ainda eram cochichos mas haviam duas que se destacavam, fazendo com que a morena prestasse atenção as palavras lançadas ao ar.

- Mas Lucas, o que exatamente você tem com a Issy?
- Sinceramente, eu não sei... É estranho, mas ela chama minha atenção e ela é...
- Tão diferente de todas as garotas que fazem o teu gênero?
Ela ouviu uma risada envergonhada, abafada por um 'Shhh' do colega.
- Exato. Ela tem um estilo tão casual. Ela anda de calça jeans, camiseta, tênis e um lenço no pescoço... E isso como designer de moda!
- Ela não se encaixa nesse perfil não é?
- Não... Mas é esse o motivo porque ela me chamou atenção. Diferença. Chamar atenção de uma maneira sutil.

Issy largou o lápis na mesa com as sobrancelhas arqueadas, notando que riscava a folha distraidamente. Encarou o estrago com um suspiro, indo a procura de mais papel.
Encarou a folha em branco por alguns instantes, pegando a xícara de café frio, voltando para o corredor, notando os dois garotos na porta da cozinha. Passou o olhar pelos dois, esperando que dessem licença, mas eles a encaravam em silêncio. A morena entregou a xícara para Lucas.

- Já que bloquearam a porta...depois você coloca na pia pra mim!

Ela sorriu, dando as costas à eles, voltando para sua sala, onde o papel em branco ainda a esperava.

Então era isso que chamava atenção? A casualidade, a falta de exageros e o 'ser diferente do comum'? Podemos enganar o quanto quisermos, mas a simplicidade é o que chama atenção.



sábado, 13 de março de 2010

Ser amigos

O tempo nublado dava ao apartamento um ar frio, sombrio, deslocando o costumeiro ar de amor. A morena encarou o garoto que dormia na cama onde ela estava sentada, com um ar disperso. Não havia como fugir. Ela levantou, arrumando a cama do seu lado, sentando na mesa da cozinha, esperando que ele levantasse logo e acabasse com a tortura.

Liz ouviu os passos pesados do namorado entrando na cozinha, sentando-se ao lado dela, sério.

- Você parece diferente... Distante.
- Bem, você não acha que tudo isso já acabou?

A garota se moveu desconfortávelmente na cadeira, procurando um olhar acolhedor do moreno ao seu lado, que encarava a parede a sua frente, como se nada mais existisse.

- Isso foi tudo bem pensando, não?

Liam encarou a morena, cruzando as mãos em frente ao rosto.

- Pensei sobre tudo isso... Só acho que agora entendo. Não faz mais sentindo.

A morena hesitou um instante, antes de colocar a mão no braço gelado dele.

- Espero que eu não esteja te ferindo demais.

O movimento brutal do garoto, puxando o braço, levantando e derrubando a cadeira fizeram com que a garota se encolhesse, encarando-o apavorada.

- Junte as tuas coisas e fora. Você não mora mais aqui... E esqueça esse papo de sermos amigos!

Liz levantou, pousando as mãos nos ombros de Liam que a encarou com raiva. Ela respirou fundo, passando os dedos pelo rosto dele.

- Nós ainda podemos nos ver. Acho que ainda vou voltar, mas ainda não sei te dizer quando. Mas existe telefone... posso te ligar!

O moreno segurou as mãos da garota longe do seu rosto, dando alguns passos para trás, apontando para a porta.

- Eu falei sério, Liz. Fora!

Liam apoiou as mãos na mesa, baixando a cabeça para não ter que encarar a expressão surpresa da ex-namorada, muito menos as lágrimas amedrontadas dela. Era demais.

- Reação exagerada, Liam.
- Exagerada?? Não são sete da manhã, Eliza!! Não espere compreensão da minha parte, por favor. Você sabe muito bem que nada disso tem sentido. Você está fugindo e você sabe disso!

Os dois se encararam em silêncio, ofegantes, deixando que a raiva ficasse densa entre eles. O garoto, balançou a cabeça, voltando a se apoiar na mesma.

- Esta na hora de você ir.

A morena mordeu os lábios, esperando por uma reação contrária do garoto que ela tanto amara, mas sentira medo de se entregar. Via que o estrago havia sido mais profundo do que ela pretendia. Ela suspirou, pegando a sua mala, virando-se na porta.

- Liam...

Ela baixou a cabeça ao ver que o garoto havia virado as costas à ela, voltando para o quarto. Encarando o tapete, novamente ela percebeu que a simples ameaça de terminar, por mais que falsa, havia acabado com tudo.

- Liz.

A morena virou-se esperançosa para o garoto que estava parado atrás dela.

- Sim?!
- Você esqueceu sua agenda.

Liam a encarava impassível, estendendo a agenda que ele havia lhe dado uma semana antes. A garota pegou a agenda, saindo do apartamento o quanto antes.

sábado, 6 de março de 2010

Frase de Sábado...

Dependendo de onde eu estiver, vou chegar morrendo na funerária!

(Piadas Infames de um sábado a tarde. Aprovadas pela filha do cara da funerária *-*)

quarta-feira, 3 de março de 2010

Perca seu tempo...

Os relatórios, os manuscritos feitos com tanto trabalho jaziam largados por todo o apartamento, enquanto eu os observava, derrotada, de cima da mesa, brincando com a pequena garrafa de água. Meus maiores sonhos estava agora amassados no chão da casa dos sonhos. Como em um dia tudo havia desmoronado? Suspirei cruzando as pernas, encarando as luzes da cidade pela janela aberta.

Por tantas vezes eu havia imaginado como seria ser a editora principal de um livro famoso, ter os manuscritos, fazer os relatórios necessários. Uma vida baseada nisso. Agora...nada mais existia.
Joguei a garrafa vazia na pia, saltando da mesa, começando a juntar os papéis, guardando-os em uma gaveta na sala. Peguei o celular, começando a discar, desligando logo em seguida. Não podia admitir a derrota.

Balancei a cabeça, sentindo a água quente do chuveiro acalmar a tensão em meus ombros. Passando a mão pelos cabelos encharcados.

- Estúpida.

Puxei a toalha, enrolando-a em volta do corpo, me encarando no espelho. Eu havia desistido. Fui fraca e sucumbi. Novamente balancei a cabeça, rindo. Coloquei as roupas que havia deixado no quarto, puxando o notebook para o meu colo ao sentar na cama, respirando fundo ao digitar a senha do arquivo dos manuscritos.
Reli os últimos capítulos, editei, sentindo uma nova esperança brotar em mim quando finalmente me enrolei no cobertor, fechando os olhos.

Respirei fundo ao empurrar a porta de vidro do diretor, que me encarou surpreso, colocando uma pasta preta em sua mesa.

- Eu revi os manuscritos e os editei novamente.

Ele me olhou curioso, pegando a pasta, lendo algumas páginas concordando com a cabeça.

- Muito bom, Senhorita. Está de parabéns.

Sorri em agradecimento, saindo calmamente do escritório dele, abrindo o casaco que usava, aliviada.

- E pensando que quase desisti...

Peguei o copo de café de cima da minha mesa, sentando na cadeira, encarando o dia nublado e chuvoso e mesmo assim sorri.
Eu quase havia desistido do meu maior sonho, não sei como. Sonhos são aquilo que nos movem, nos fazem correr atrás daquilo que queremos. O que seríamos sem sonhos? Acho que nada. Peguei a caneta usual, escrevendo em um dos papéis, grudando-o no meu monitor.

Nunca desista dos seus sonhos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Paixão é medo.

A chuva batia contra o vidro, embaçando-o, deixando o ambiente ruidoso. Passei os dedos pela janela, analisando a paisagem montanhesca pela qual o trem passava, sorrindo levemente ao notar o quão longe eu realmente estava. Toda partida era dolorosa, mas aquela havia me trazido alívio. Me afastar de tudo, voltar o foco para o que realmente importava.

Encolhi as pernas no banco, apertando o livro que estava lendo contra o peito, observando os outros três passageiros que dividiam a cabine comigo. Um homem sério, escondido atrás do jornal daquela manhã. Uma mulher com uma criança de colo. E um outro homem que dormia encostado na janela. Notei a diversidade das pessoas e o quanto tudo aquilo havia feito falta durante os meses que passará na cidade dos meus pais.

Puxei a câmera da minha bolsa tirando algumas fotos das pessoas, voltando a olhar a paisagem logo em seguida. Lembrei do loiro que não me saia da cabeça há semanas e até agora ainda sentia os efeitos dos seus olhos verdes sobre mim. Suspirei. Ainda não sei como fui cair na armadilha de sentir coisas assim sabendo que nada disso iria durar. Qual era a finalidade? Lembranças... Eu poderia ter tido mais, ou não? Sei que sentia medo.

A intensidade da chuva aumentava quanto mais percorríamos as florestas, me fazendo sorrir. Eu me sentia em casa ali e pela primeira vez não sentia medo, nem intrigada com o que ele pensaria. Estava finalmente em paz.
Estiquei as pernas, abrindo-o livro, deixando tudo para trás como a última página de um livro antigo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Céu escuro pela manhã

Meus olhos repousavam sobre o corpo do garoto largado no sofá, enquanto eu me encolhia na poltrona cada respiração. Era estranho estar ali, tão cedo, sem ter o que dizer. Quando isso havia começado? Naquela festa ou depois? Não consigo me lembrar.
Passei a mão pelo cabelo, notando o rosto calmo do moreno, me fazendo suspirar ao pensar como tudo isso havia começado pelo lado errado. A briga da noite anterior havia tomado o rumo errado, a noite separada havia nos jogado em mundos diferentes pela quarta vez aquela semana.

Suspirei baixo, levantando da poltrona, passando a mão pelos cabelos dele, pegando a minha bolsa na mesa, voltando a olhar para ele da porta. Encarei a porta por alguns segundos, balançando a cabeça, largando a bolsa no chão derrotada. Segurei as lágrimas, entrando na cozinha a procura de um pouco de café.
Segurei a xícara firmemente entre as mãos tremulas, pensando no que fazer. Ainda não acreditava que ele havia largado tudo por mim, por uma paixão que começara em uma festa. E mesmo assim não consegui dar um passo para fora da casa. Era como se algo me prendesse.

Parei no vão da porta, voltando a olhar o moreno dormindo tranquilamente, sem saber da minha tentativa de fuga, de deixar tudo para trás, de fazer com que ele se sentisse como mais um. Não consegui. Me sentei no chão ao lado do sofá, encolhida, apoiando a cabeça perto da dele, bebericando o café morno, sorrindo levemente. Tinha respeito demais pelos sentimentos dele... e pelos meus.
Me virei dando um leve beijo no rosto dele, encarando a janela, tendo certeza da decisão que tomara e ciente que não havia mais como voltar atrás.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Lembranças memoriáveis

O barulho do vento entre as folhas contrastava com o silêncio frio da noite e do calor abafado do meu quarto. Senti um enorme desejo de abrir as janelas e fugir dali, sair daquelas paredes que tanto já me ameaçavam sufocar.Suspirei fundo, começando a jogar todas as coisas da mesa em uma pequena caixa de papelão que esperava ali fazia alguns dias. Juntei as últimas peças, parando ao ver em minha mão a pequena boneca que ficava sempre ao lado do meu monitor, sentando na poltrona, encarando aquele pequeno artefato com um leve sorriso.

Comecei a pensar, afinal, como seria a vida de uma boneca. Ri com o pensamento absurdo, mas ao ver que aquela pequena havia resistido intacta por tantos anos realmente me fez lembrar para quantos lugares ela fora comigo e por que será que depois de tantos anos ela sempre ficava por perto.
Passei os dedos pelo vestido xadrez dela, vendo a cena da primeira vez que havia visto ela, embrulhada em um papel simples nas mãos de um garoto moreno, um tanto envergonhado com a situação.

Mordi os lábios, voltando a colocar a boneca na mesa ao lado do monitor, procurando a agenda em meio as bagunças da caixa. Puxei a agenda, folhando-a até achar uma foto amassada em meio as páginas, colocando-a ao lado da boneca com um suspiro, anotando o número que ficava na página aberta.
Sai para o corredor silenciosamente, pegando o telefone, voltando a sentar na poltrona. Encarei o telefone, o número e o relógio repetidas vezes antes de respirar fundo e discar.

O toque do telefone começava a me deixar nervosa e comecei a pedir que ele não atendesse.

- Alô?!

Parei de respirar por alguns instantes, respirando fundo, falando com a maior calma que pude encontrar.

- Hey, sou eu... Achei que pudesse me ajudar... Como seria a vida de uma boneca de 8 anos?

Pude sentir ele sorrindo do outro lado.

- Claro... Passo aí daqui a pouco.

Desliguei o telefone, abraçando-o com um sorriso fraco, pulando da poltrona para pegar a jaqueta da cadeira e sair dali o mais rápido possível.



_________________________

Hãn, devo os créditos desse conto pro Doug, foi ideia dele e, sim, dedico esse texto a ele com o maior orgulho!
Brigada Doug, inclusive pela boneca que até hoje fica ao lado do meu monitor!



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Acordes Esquecidos

As vozes fluíam agitadas entre a música que tocava baixo ao fundo, deixando um clima agitado, nervoso, que me afetava mais do que realmente deveria. Respirei fundo, encarando o copo de água a minha frente, antes de sair quase correndo em direção a uma discreta porta nos fundos do local.
Fechei o casaco ao sair no ar frio, me escorando ao lado do moreno que encarava a rua distraído.

- Como você tá?

Ele sorriu levemente ao me ver, voltando a rodar a palheta entre os dedos.

- Nervoso eu acho...
- E os outros?
- Não sei... Tão por aí, tentando não parecerem nervosos.

Senti o seu olhar pousar em mim, e me desencostei da parede, suspirando. Pela milésima vez naquela noite coloquei a mão sobre o ombro dele, apertando de leve.

- Vocês vão se dar bem.

E pela milésima vez naquela noite eu o vi sorrir, concordando com a cabeça. Coloquei as mãos nos bolsos da jaqueta, respirando fundo, começando a ficar agitada com a primeira apresentação deles.
Baixei a cabeça, ouvindo a porta se abrir logo em seguida, fazendo nós dois nos voltarmos para ela.

- Ei, tá quase na hora.

Encaramos o baixista em silêncio, caminhando em direção onde ele havia desaparecido segundos antes. Puxei a jaqueta do moreno antes que ele pudesse entrar, dando um abraço nele.

- Boa sorte!

Senti os braços dele me envolverem com certa surpresa, mas não deixando isso transparecer demais. Me afastei dele sorrindo, entrando antes mesmo dele poder agradecer.
Andei pela massa que começava a se juntar perto do palco, onde um garoto anunciava a próxima banda, ficando parada um pouco a frente do palco. Cruzei as mãos por cima do rosto, vendo os garotos entrando no palco, reprimindo alguns gritos ao meu redor, tomada pelo nervosismo. Encarei o moreno, acenando com a cabeça, assim que começaram a tocar a primeira música.

Fiquei encarando o palco por mais alguns minutos depois do término do show, antes de sair correndo para o grupo de pessoas que envolvia a banda. Sorri para eles, parabenizando cada um pelo sucesso e que realmente haviam feito um apresentação perfeita. Parei na frente do moreno, que olhou pro lados, antes de me puxar para um canto mais afastado, me entregando um pequeno bilhete. Li ele em silêncio, sentindo um sorris escapar dos meus lábios, o encarando logo em seguida.

- Nossa! Nem lembrava mais dessa música.

Ele deu de ombros.

- Lembrei que tava com ela no bolso... e que tu sempre gostou tanto dela.
- É...costumava cantar pra mim. Obrigada, Doug!

Nos encaramos sorrindo por alguns instantes, antes de sermos chamados de volta a realidade pelos outros que comemoravam a primeira apresentação. Suspirei, puxando o moreno pela mão, de volta para o meio, segurando firmemente o bilhete entre os dedos.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Quem precisa de homens?



A panela de brigadeiro fumegava, levantando o aroma agrádavel do chocolate, fazendo as três garotas atiradas no sofá suspirarem com satisfação. As colheres cheias do doce sagrado eram encaradas com devoção e prazer, em silêncio, como se um pacto fosse selado.
As três se encararam por algum tempo, antes de formar um pequeno circulo no sofá, encarando-se com curiosidade, juntando as colheres na panela.

- Certo... Que comece a noite, Pey?

As duas encararam a loira que sorriu, apoiando as mãos nas pernas, inclinando-se para frente.

- Terminei com ele hoje... de vez!
- Mas, como isso??
- Ah, já tava pra dizer chega. Cansei dos jogos. Ainda respondo, mas não vou me envolver nesse inferno de novo!

A garota era encarada por duas morenas, que sorriam, lhe entregando um copo cheio de sua bebida favorita.

- Realmente... acho que fez bem!
- Verdade, ele passou dos limites.

Elas riram alto, juntando os copos ao alto, bebendo em goles rápidos quase metade do copo, escorando-se para trás.

- Então, Quinn?

A morena apoiou a cabeça na mão, lambendo a colher, rodando-a entre os dedos em seguida, com um suspiro.

- Tá na mesma. Pede, fica, cada um vai pro seu canto.

A loira a encarou preocupada.

- Tu tá apaixonada por ele?
- Não, não. Só que essa rotina já tá cansando, por mais que eu goste.

Ela se esticou para trás, olhando as outras duas em seguida.

- Se tu tá cansando, termina.
- Fala sério, Quinn. Não sei como tu chegou até aqui viva...

A morena encarou a amiga com um olhar indignado, jogando uma almofada.

- Como assim? Querendo dizer que ele ia acabar comigo é? Ahh, vá!

As três riram, voltando a comer o brigadeiro, intercalando com goles de seus copos.

- So... Brooke?

Os olhos claros e escuros encaravam a outra morena sentada no meio do sofá, com brilho de maldade.

- Ah...bem...ahn.. Nada.
- FALA LOGO!

O coro das vozes encheu a sala por alguns segundos, antes do silêncio se instalar novamente.

- Tá... não foi. Não rolou química, não consegui!
- Pode ter sido melhor... Poderia ter ficado pior.
- Espera por alguém que te mereça, isso sim.

As três garotas observaram umas as outras notando o vínculo formado ali há anos atrás. Coisas haviam mudado, pessoas ido embora, novas vieram, caminhos diferentes e mesmo assim, iguais. Elas ainda permaneciam juntas, unidas por algo muito mais do que uma simples amizade. Uma vida.

A loira ergueu o copo.

- À nós!

As outras duas ergueram seus copos, repetindo, virando o resto da bebida, lançando-se por cima da panela de brigadeiro, rindo, deixando que os segredos se dissipassem junto com o resto do doce sagrado.


________________
Dedicado a minha B. Davis e a minha P. Sawyer (l'

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Notas Musicais

O silêncio no quarto era intenso e a concentração dos dois corpos no mesmo sofá intensificavam a tensão para uma resposta definitiva. Folhei a pequena apostila com cuidado lendo atentamente, sentindo seus olhos me focando com certa euforia. Sorri levemente, olhando para ele, lhe entregando a apostila.

- Acho que tu já sabe... Adorei!
- Obrigado mesmo.

Sentei em cima de uma das pernas, enquanto o observava guardar suas preciosas letras. Achei engraçada a situação que, depois de tanto anos, ainda era eu sentada naquele mesmo sofá, lendo, dando opiniões, confissões, ouvindo. Ainda gosto de vê-lo sorrir quando falo ou mesmo do leve brilho no olhar com um simples elogio.

- Hey, toca aquela música pra mim?

Encarei o moreno com um olhar pidão ao qual ele respondeu rindo, pegando o violão. Apoiei o braço no sofá, encostando a cabeça por cima, deixando que os acordes e a voz dele chegassem até mim, me levando aos pensamentos mais longínquos. Observei a concentração e o sorriso no seu rosto, me fazendo sorrir também. Ele parou de tocar e me encarou por alguns instantes.

- Então, o que achou?

Apontei para o lugar ao meu lado, esperando que ele se sentasse.

- O de sempre. Simplesmente bom... sabe como gosto dela!

O vi corar, sorrindo.

- Obrigado mesmo, não sabe como é bom ouvir isso.
- Eu é que agradeço por mostrar tudo isso pra mim, significa muito!

Nos encaramos em silêncio, com olhares perdidos. Vi ele puxando a minha mão para a sua.

- Mesmo assim, obrigado.
- Conte comigo.

Sorri passando a ponta dos dedos pelo queixo dele, levantando do sofá.

- É bom poder contar com alguém.

Peguei minha bolsa no chão colocando a mão no braço dele.

- Eu sei! Por isso to aqui.

Lhe dei um beijo na bochecha, saindo logo em seguida, mas acabei parando na porta, acenando levemente, vendo-o sorrir.

- Boa sorte.



(Baseado em um dialogo real)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Pro Inferno

O quebrar das ondas se misturava com um silêncio continuo enquanto eu observava a praia solitária. A noite era quente, o ar parado e mesmo assim eu era a única insana a estar parada na areia de salto, com as mãos nos bolsos do short. Consegui sorrir pensando em como as coisas haviam mudado depois de um ano; para melhor. A praia muda as pessoas. As deixa mais calmas, amigáveis e, por que não, abertas.

Deixei a beira para trás, me juntando as duas pessoas que me esperavam mais a frente.

- Let's go!

Abracei as duas garotas pelos ombros, puxando-as em direção a rua principal do pequeno município enquanto elas riam, planejado sobre o seguimento daquela noite.
Diversos sons vinham ao nosso encontro, dando início a noite de Carnaval, mas ainda assim não era isso que mais nos impressionou. O choque real eram as roupas, ou melhor, a falta delas. Observei as garotas por alguns instantes, me sentindo vestida demais, antes de começarmos a rir, sendo as diferentes da noite.

As ruas lotadas dificultavam a nossa passagem, garotos fora de suas sanidades mentais dos quais tínhamos que desviar a todo custo. Puxei as garotas para um espaço vazio.

- Loucura!
- Demais.

Rimos, entrando no ritmo da música que chegava a todos os cantos, observando os nossos arredores com cuidado. Passei a mão pelo cabelo, vendo um dos garotos chegar perto da loira do grupo com um olhar certamente maldoso. Vi ele sendo empurrado com certo horror, ao que formamos um coro.

- Vá pro inferno!

Demos as costas para o garoto atordoado, pegando algumas das nossas bebidas favoritas, voltando a andar em direção a praia, onde encontramos nossos "amigos mais próximos". Ficamos em silêncio por alguns instantes, antes que eu me levantasse virasse para as cinco pessoas à minha frente.

- O Carnaval é um desastre para muitos, mas para nós... É o máximo! Por que é NOSSO!

Três garrafas se batendo misturava-se com o som das risadas, a música e as ondas. Nos olhamos com um olhar satisfeito por mais uma temporada de felicidade completa.
Puxei as duas pelas mãos e ficamos dançando na areia até podermos dizer que tudo, até aqui, havia valido a pena e que nada mais poderia ser melhor... A não ser outra temporada.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Teu Jeito ( Douglas P.)

Te olhar nos olhos e pensar
Como seria bom te ter aqui comigo
Chegou a hora de poder falar
Que eu adoro o seu jeito

O jeito que me olha
O jeito que você tem de falar...

Pra mim, que também me quer ao lado seu!
Então me dê a mão
E vamos juntos por ai

Não importa o lugar se tiver você comigo

Chegou a hora de poder falar
Que eu adoro o seu jeito

O jeito que me olha
O jeito que você tem de falar...

Que eu sou a pessoa com que você sonhou.

Chegou a hora de poder falar
Que eu adoro tudo em você

Que tu é que me faz viver.


_________________
Mudando um pouco de contos pra letras de música. Digamos que essa veio inusitada dum amigo meu, eu gostei e roubei (H) Tá, brincadeira, mas tá valendo porque é boa mesmo.

Participação especial
: Douglas P.

Asfixia Auto-medicada

O tempo cada vez mais surpreende, mas pior que isso são as marcas que ele deixa, feridas que demoram a curar, emoções incontroláveis e um futuro incerto. E eu novamente me encontrava nesta situação, encarando um copo de chá gelado. Não havia maneira senão encarar! Só não achei que seria tão doloroso, complicado. Baixei a cabeça relembrando a confissão, meia hora mais cedo.

- Kate, eu não queria... foi algo de duas vezes, eu juro. Por favor, tente me ouvir, entender. Você viajou e me deixou aqui..

Olhava meu namorado levemente atordoada com uma camisa manchada na mão e um sutiã que não pertencia a minha coleção.

- Eu ia me encontrar com ela hoje para terminar tudo. Acredite.

- Onde?

Esperei que ele relutasse, mas me entregou um pequeno cartão com o nome de um restaurante.

Ainda custo a acreditar que cheguei até aqui sem perder a paciência, acho que ainda não absorvi o choque por completo. Olhei para o relógio, que conferia de cinco em cinco minutos, voltando os olhos para a porta esperando a moça chegar. Quando ela finalmente chegou, notei sua expressão de horror ao se ver a minha frente, é bem intimidador mesmo. Analisei-a por alguns breves instantes, reparando nos cabelos loiros, no corpo definido, enquanto ela tentava sorrir para mim. Suspirei, sentando. "Sempre loiras..."

Lhe passei um pequeno pacote por cima da mesma, antes mesmo que ela começasse a se explicar, afinal teríamos muito tempo para colocar a conversa em dia. Empurrei uma xícara de chá gelado para ela, que sorriu desconfiada, me olhando.

- Não vou tentar te fazer mal... ainda!

Sorri de forma agradável, colocando um pequeno frasco branco entre nós, esperando que ela bebesse o chá.

Contracorrente



(1860)

Existem momentos em que temos que parar para pensar sobre o sentido das coisas que fazemos e acho que o momento era este. Como encarar aquele homem à minha frente sem vacilar e pensar em coisas mais... irritantes? Estranhamente o vestido claro havia parecido apropriado para um dia de inverno, mas devo confessar que um preto cairia muito bem agora.

- Srta. Foster! Que imenso prazer em revê-la.

Lhe entreguei a minha mão relutantemente, bufando enquanto ele a beijava com admiração. Puxei-a de volta sem pensar, acenando com a cabeça.

- Sir. Hopkins!

Cruzei as mãos por cima do corpete bordado, apertado, vendo a cena na vidraça da casa de chá. O vestido longo mal encobria a saia de armação, mas havia ficado lindo em contraste com a neve e o casaco de "pele" branco. Voltei meus olhos para o moço, que me encarava furtivamente.

- Srta. Foster, me perdoe...

O fiz calar com um leve gesto da mão.

- Não, Sir. Hopkins! Devo dizer que desaprovo o modo de tratar a doença de minha prima, e ainda achar que pudesse me enganar! Acreditei no Senhor e seu amor... por mim.

Lágrimas brotavam dos meus olhos, com a ajuda do vento gelado, baixando o rosto, escondendo-o com o chapéu. Solucei baixo ao sentir sua mão procurando a minha.

- Ah minha cara Foster. Nunca lhe menti. Eu a amo. Mas não posso deixar sua prima por razões óbvias, não acha?

Vi o brilho nos olhos dele e assenti, derrotada. Havia virando a amante, mas até quando conseguiria seguir a farsa? Sorri polidamente lhe estendendo a mão, que aceitou prontamente.

- Foi um prazer, Sir. Hopkins. Tenha um bom dia.

Me virei de cabeça baixa, mantendo um sorriso maldoso, andando lentamente pela neve.

- Corta! Muito bem, Liam, Issy!

Tirei o chapéu, sorrindo para o diretor e Liam, continuando a andar.

Afinal, percebi, a vida era um filme.Os dramas são reais, você tem chances de tentar novamente, mas não como nos estúdios. Você precisa de consciência para começar outra vez e reparar erros e não achar que é um ensaio onde você volta a marca e muda as falas. O roteiro está ali...

Enfrente-o!


domingo, 24 de janeiro de 2010

Nossos Sonhos

Acabo percebendo que nada mais pode me mostrar claramente que as coisas andam acontecendo muito além do que sou capaz de ver. Como se algo estivesse em... excesso, obstruindo minha visão.

Minha vida se tornou tudo aquilo que eu sempre quis, sonhei, mais ainda não consigo ser feliz a ponto de dizer que estou em paz e sem preocupações. Estou cega para pequenos detalhes e tenho a sensação que é isso que nos deu segurança. Nos acostumamos com a comodidade de nos vermos, sendo levados por uma maré calma, sem medo.

Estamos afundando nos nossos sonhos, em nós mesmos. Paramos de prestar atenção àquilo que nos fazia feliz individualmente. Alias... eu parei! Você mudou o curso, caminhos diferentes, me levando para o seu lado, esquecendo de mim, Não podia ter sido assim.

Você está errado, o meu excesso. Preciso da minha liberdade. Não posso me iludir outra vez, tentando esconder minha ansiedade. Lembro de coisas que não queria lembrar, mas que me dão força para seguir o último grito de sanidade, deixando para trás o seu último olhar.

Você me tornou uma pessoa egoísta, individualista e separatista!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Casório..?

Mais um passo e sabia que tudo estaria perdido, não haveria mais como fugir. Nossa, era uma sensação muito estranha mesmo... e pensando que eu queria isso!!!! Apavorante. Minha mão suava vendo que o tempo lentamente se acabava. Tinha que fazer alguma coisa, antes que aquela música irritante começasse.

Uma olhada rápida para todas as pessoas, que conversavam ansiosas, e num leve sorriso para a irmãzinha do Dennis e o plano de fuga estava feito. Me virei para a porta da igreja. Respirei fundo, levantei aquele vestido horrendamente pesado, quente, e saí correndo escadaria abaixo, rindo, vendo caretas espantadas de todas as pessoas que ali estavam.

- Ela está fugindo!!!!!

Fiz um sinal positivo com o polegar, puxando o celular que estava preso na liga (para casos de emergências...), recebendo uns assobios indecentes pela altura que estava a saia...

- Simon! Estou pegando o seu carro emprestado. Valeu!!
- Connie, o seu casamento... CONNIE!

Não ouvi mais do que isso. Joguei o celular no banco de trás do porshe preto, arrancando parte da saia, acelerando antes que meu (ex) noivo pudesse chegar a calçada.

Imagens do jantar de noivado, brigas e sorrisos fracos e uma felicidade forçada inundavam a minha mente quando lembrava de Dennis. Ele amou por nós dois. Coitado. Maneiras diferentes de ver as coisas...

Suspirei aliviada, soltando o cabelo, atirando a tiara pela janela, deixando-a para trás com a bela igreja e um passado confuso.