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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Asfixia Auto-medicada

O tempo cada vez mais surpreende, mas pior que isso são as marcas que ele deixa, feridas que demoram a curar, emoções incontroláveis e um futuro incerto. E eu novamente me encontrava nesta situação, encarando um copo de chá gelado. Não havia maneira senão encarar! Só não achei que seria tão doloroso, complicado. Baixei a cabeça relembrando a confissão, meia hora mais cedo.

- Kate, eu não queria... foi algo de duas vezes, eu juro. Por favor, tente me ouvir, entender. Você viajou e me deixou aqui..

Olhava meu namorado levemente atordoada com uma camisa manchada na mão e um sutiã que não pertencia a minha coleção.

- Eu ia me encontrar com ela hoje para terminar tudo. Acredite.

- Onde?

Esperei que ele relutasse, mas me entregou um pequeno cartão com o nome de um restaurante.

Ainda custo a acreditar que cheguei até aqui sem perder a paciência, acho que ainda não absorvi o choque por completo. Olhei para o relógio, que conferia de cinco em cinco minutos, voltando os olhos para a porta esperando a moça chegar. Quando ela finalmente chegou, notei sua expressão de horror ao se ver a minha frente, é bem intimidador mesmo. Analisei-a por alguns breves instantes, reparando nos cabelos loiros, no corpo definido, enquanto ela tentava sorrir para mim. Suspirei, sentando. "Sempre loiras..."

Lhe passei um pequeno pacote por cima da mesma, antes mesmo que ela começasse a se explicar, afinal teríamos muito tempo para colocar a conversa em dia. Empurrei uma xícara de chá gelado para ela, que sorriu desconfiada, me olhando.

- Não vou tentar te fazer mal... ainda!

Sorri de forma agradável, colocando um pequeno frasco branco entre nós, esperando que ela bebesse o chá.

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