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sábado, 31 de agosto de 2013

The last angel.

Senti a chuva continuar a cair sobre mim, mas não podia me mover. O ar ao meu redor havia ganho peso, concentrando-se no meu peito. Não existia nada mais ao meu redor a não ser a escuridão, a luz abafada do farol e é claro... o silêncio cortante que somente uma coisa pode trazer consigo. Sim, comecei a imaginar se eu ficaria deitada naquela estrada por muito mais tempo antes de vê-la, ser tocada por seus dedos frios, os sussurros convidativos.
O tempo se arrastava, o sangue ao meu redor já havia secado. O meu corpo estava dormente da dor quando ouvi alguma coisa se aproximando, gritando por ajuda. Talvez ainda não fosse o fim, um pequeno ponto de esperança se fez notar dentro de mim, mas a súbita dor de alguém movendo meu corpo arrancou qualquer luz de mim. Acho que gritei, não sei, mas a dor era lacinante. Eu chorava, implorava por paz. As imagens do acidente me enlouqueciam.Eu revivia tudo em segundos e a dor, meu Deus, a dor não parava.
Sua voz fria acalmava minha mente, as dores, as imagens cessavam. Senti as últimas gotas de chuva no meu rosto. Acho que sorri.

And then came death.