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sábado, 21 de dezembro de 2013

Em dias particulares algum detalhe, um cheiro, um som, um lugar me faz lembrar de algum momento no passado. Me vem imagens de coisas boas, dias felizes, sorrisos e puro encanto de uma criança no balanço. Apesar de serem lembranças felizes, não posso deixar de me sentir imensamente triste; Sinto que houve uma época na minha infância extremamente feliz que eu ainda tento alcançar nos dias de hoje, mas não consigo. 

Amo a simpliciadade daquela época. Minha alegria se baseava em uma tarde brincando de boneca ou ficar horas no balaço aproveitando o final de um dia mais incrível que o anterior. Tenho saudade da época onde a minha maior preocupação era decidir do que brincar; Saudade da época que o mundo parecia girar tão lentamente que quase parava e eu não podia esperar ser adulta.

Hoje olho para trás e posso sorrir ao lembrar de um sonho tão simples, crescer, sendo hoje o meu maior sonho poder voltar a ser uma simples criança com o sol no rosto.

Sinto saudade dos momentos. Sinto saudade de coisas. Sinto saudade de pessoas. Sinto saudade dos sonhos. Sinto saudade do que fui.

domingo, 3 de novembro de 2013

Foundations

A ruiva encarou com satisfação o sorriso no rosto da sua filha e do seu marido, enquanto terminava de por a mesa para o jantar. Durante muito tempo ela se perguntou como tinha conseguido equilibrar a sua vida profissional e a vida familiar, sempre parecia ser algo impossível quando era mais nova, recém saída da faculdade.

Sempre tivera a certeza absoluta que jamais seria uma dona de casa ou uma mãe. Não tinha os trejeitos para ambos. Claro, sabia cozinhar, mas porque gostava, não porque esperavam dela; Sabia cuidar da casa, mas porque durante muito tempo teve que aguentar a bagunça jogada que um ex-namorado, não porque esperavam dela.

Sonhara em ser extremamente bem sucedida em seu campo de trabalho, tinha certeza que era ali que iria encontrar tudo que precisava para ser feliz e ter uma vida completa. Até o momento onde encontrou o único homem que conseguiu convencê-la de que precisava de algo a mais na vida.

E ali estava o seu algo a mais; Uma filha incrivelmente linda (a cara do pai), resultado de um casamento feliz. Alguns anos atrás a cena de estar ensinando uma menina a usar garfo e faca era completamente irreal e agora simplesmente não poderia ser mais feliz sem isso.

Parou de comer por alguns instantes para pegar um pouco de suco que a filha insistia e aproveitou o momento para dar um beijo no homem que mais amava no mundo e apertar a filha contra si. Sim, ela tinha conseguido.
Tinha encontrado o equilíbrio perfeito que vinha buscando há muito tempo, na época ela só não sabia que duas pessoas iriam fazer tanta diferença nesse equilíbrio.

domingo, 20 de outubro de 2013

Valendo um amor

 Acho que pela primeira vez na vida não quero amar. Todo esse sentimento me desgastou, me tirando a energia que eu precisava para me recompor no final.
Por muito tempo pensei que se tivesse um amor, automaticamente teria uma vida completa. Aprendi da pior maneira que não era assim..
 Não me tornei mais dura por  não querer amar, muito pelo contrário... Me tornei vulnerável a outras formas de dor. Pergunto quanto vale um amor, vale uma vida inteira ou apenas o sonho de um dia inteiro?
 Perdi parte da minha coragem de amar indo até a extremidade do meu abismo sentimental; e agora tenho que encontrar o caminho de volta.
 Acho que só quero dizer que, no fim, é uma disputa de quanto estamos dispostos a pagar pelo amor.

sábado, 31 de agosto de 2013

The last angel.

Senti a chuva continuar a cair sobre mim, mas não podia me mover. O ar ao meu redor havia ganho peso, concentrando-se no meu peito. Não existia nada mais ao meu redor a não ser a escuridão, a luz abafada do farol e é claro... o silêncio cortante que somente uma coisa pode trazer consigo. Sim, comecei a imaginar se eu ficaria deitada naquela estrada por muito mais tempo antes de vê-la, ser tocada por seus dedos frios, os sussurros convidativos.
O tempo se arrastava, o sangue ao meu redor já havia secado. O meu corpo estava dormente da dor quando ouvi alguma coisa se aproximando, gritando por ajuda. Talvez ainda não fosse o fim, um pequeno ponto de esperança se fez notar dentro de mim, mas a súbita dor de alguém movendo meu corpo arrancou qualquer luz de mim. Acho que gritei, não sei, mas a dor era lacinante. Eu chorava, implorava por paz. As imagens do acidente me enlouqueciam.Eu revivia tudo em segundos e a dor, meu Deus, a dor não parava.
Sua voz fria acalmava minha mente, as dores, as imagens cessavam. Senti as últimas gotas de chuva no meu rosto. Acho que sorri.

And then came death.