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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Cartas Guardadas

O silêncio no quarto era absoluto, me fazendo olhar, pela terceira para, para o relógio. O tempo não passara desde a última vez que o havia olhado. Eu tinha um texto pronto, sobre tudo que queria te falar; a intonação perfeita e o momento certo para terminar, friamente calculado.

Estranhamente não tenho mais coragem de discar o número do seu celular, para dizer tudo sem o menor sentimentalismo... inconscientemente estou tentando adiar um fim previsível.

O silêncio no meu quarto me sufocava e era interrompido pela minha respiração acelerada e o leve riscar da caneta no papel.
As linhas que escrevi, contando os seus defeitos, erros, minhas raivas, meu amor e medo, jamais serão lidas por você. Estas a mais irão se juntar as outras, em uma caixa em baixo da cama, esperando que um dia eu tenha coragem suficiente para entrega-las a você.

Quando essa coragem chegar não hesitarei em fazer a coisa certa, mas sei que até lá terei de manter o meu sorriso.

Novamente, o silêncio foi interrompido, mas desta vez pela folha que era dobrada e pelos seus passos que paravam a minha frente, olhando o papel que tinha o seu nome escrito.

E então eu nunca mais tive a chance de esperar a coragem chegar.




quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tenho medo ao notar a maneira que você me envolve. Durante anos nunca foi assim, mas agora seu jeito me prende em um sentimento confuso.
Amor? Não chamaria de tanto, talvez, um gostar exagerado. Quem me dera poder dizer que és meu!
Estranho que pela primeira vez não me sinto mal por alguém não demonstrar o mesmo por mim, só faz com que eu sinta mais carinho.
Obrigada pelo seu jeito de ser, me tratar, e, sim, porque não, sua maneira de me abraçar.