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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lágrimas

Eu observava os pequenos flocos de neve caindo em cima da grossa camada que já havia se formado, deixando um brilho branco-azulado na rua vazia. Tudo parecia tão puro, intocado, dando a noite uma calmaria que só eu podia ver e sentir. Estranhamente eu não sentia frio sentada na janela, com as pernas apoiadas em cima do telhado, fazendo pequenas bolinhas de neve. Sim eu seria a única louca a fazer isso no meio da noite, mas aquele cenário me fazia lembrar de todo o meu passado, presente e fazia me imaginar o meu futuro... Como ele seria agora que você se foi para sempre?

Não era mais tão fácil como parecia quando você estava do meu lado. Era tão simples e sem complicações... Jamais vou esquecer do primeiro dia em que te vi e nem do último momento; aquele que me destruiu por inteira ao te ver caído naquela rua. Você escolheu o caminho mais fácil, a morte deveria ser fácil, não é? Espero que sim. Me lembro tão claramente do seu rosto que me dói em pensar que jamais o verei de novo. Eu não consegui dizer adeus e isso me machuca mais ainda.

Abri um pouco mais a janela, sentando de vez no telhado, sentindo os pequenos cristais derreterem na minha pele quente, formando pequenas gotas que iam se misturando com algumas lágrimas que teimavam em cair. Você é um anjo, com esse seu sorriso no rosto. Por favor, me perdoe por chorar, sei que não devo, mas ao observar o final daquela rua e não te ver, me faz ter vontade de te seguir.

A vida é limitada, porém, a lembrança é eterna!

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